Antigo Convento de S. Félix e Sto. Adrião de Chelas, em virtude de acolher as relíquias destes santos mártires, que a partir de 1290 ficou na posse da Ordem de Sto. Agostinho. As suas origens remontam a uma ocupação visigótica sobre antigas estruturas romanas, embora as primeiras evidências materiais que subsistem datam do séc. X. Objecto de várias campanhas de obras, nomeadamente românica, gótica e manuelina, merecem destaque desta última os dois únicos elementos classificados como Monumento Nacional: a galilé de acesso à igreja, integralmente revestida com azulejos seiscentistas, de onde sobressai o portal manuelino, enquadrado por um tapete de cerâmica polícroma. Em 1604, o convento foi reconstruído na íntegra e, após o terramoto de 1755, a igreja seguiu o mesmo exemplo, aproveitando-se pouco mais do que a sua fachada, tendo sido enriquecida, no interior, com valiosa obra de talha. Um incêndio terá destruído a sua decoração, pelo que restam, apenas, os azulejos polícromos do átrio, o pórtico e a galilé como motivos de interesse. Após a extinção das ordens religiosas o edifício conventual, bastante modificado, foi adaptado a fábrica de pólvora e, a partir de 1898, a Arquivo Geral do Exército. No entanto, manteve as características essenciais da intervenção do início de Seiscentos, um claustro com uma fonte, bancos de espaldar inclinados, alegretes com azulejos azuis e brancos, um crucifixo de azulejos com a data de 1667 inscrita na base, para além de todo o património azulejar do séc. XVIII, que ainda se conserva no Museu Arqueológico do Carmo.
Fonte: http://www.cm-lisboa.pt/equipamentos/equipamento/info/igreja-e-convento-de-chelas